Abra a porta!

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele Comigo.”
Apocalipse 3.20

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ajuda sempre


Na passagem bíblica citada por Emmanuel no capítulo 119 do livro “Pão Nosso”, Paulo de Tarso está se preparando para anunciar o Evangelho em Jerusalém às pessoas que aguardavam para ouvi-lo.

Paulo estava confiante, sentia que seu espírito estava pronto, ao contrário de seus companheiros que choravam e se lastimavam. Paulo sentia falta de ter próximo a si amigos com a mesma coragem que a sua. Seus companheiros estavam dispostos ao sacrifício, de fato, seus sentimentos eram sinceros, mas eles não sabiam como expressar isso.

Emmanuel ainda cita a passagem da Bíblia em que Jesus está sozinho no Horto das Oliveiras e chora. O Horto (ou Jardim) era um lugar utilizado pelos apóstolos sobretudo para oração. Nesse jardim, havia algumas grutas, e Jesus se retira para esse local. Jesus passa a noite em vigília, orando. Ele sabia que havia chegado a hora da sua morte, e não queria que seus apóstolos que não tinham visto sua transfiguração ficassem preocupados com o que estava por vir. Pedro, Tiago e João o acompanharam e foram testemunhas de seu sofrimento.

Durante a vigília, então Jesus acorda Pedro e lhe diz que é preciso vigiar e orar para não entrar em tentação, ou seja, é preciso estar atento aos pensamentos! Segundo a Bíblia, Jesus chora no Horto sozinho, dentro de uma das grutas enquanto conversa com Deus, mas embora estivesse abatido e triste, não deixa que aqueles que estão à sua volta percam a fé e a esperança. Em Jerusalém, enquanto carregava sua cruz, pedia às mulheres que o amparavam para que não derramassem suas lágrimas de angústia.

Esta é mais uma valiosa lição que Emmanuel nos traz citando o exemplo do nosso amado Mestre Jesus: se aqueles por quem temos afeto estão em um momento difícil e prolongado, não devemos lamentar ou nos desesperar inutilmente, pois esta atitude não vai ajudar a resolver nenhum problema. É capaz de dificultar mais ainda superar tal situação. Em vez disso, devemos nos colocar à disposição para prestar ajuda, estendendo-lhe a mão para lhe dar apoio. Este é o tipo de atitude que irá encorajar a enfrentar os desafios que estiverem pelo caminho.


A ajuda pode ser uma palavra de conforto ou a presença amiga na hora difícil. É demonstrar apoio quando tudo parece difícil e interminável, ou um obstáculo parece ser instransponível. No caso de Paulo, seu desafio era enorme, pois deveria falar ao grande público que o aguardava em Jerusalém, e servir de apoio para os companheiros que estavam temerosos. 

Paulo indaga-lhes o comportamento, pois sabe que chorar ou lamentar-se em momentos de dificuldade nunca ajudam. Ao contrário, tais atitudes são desencorajadoras frente a um desafio tão grande, e isso dificulta a resistência de quem está à prova. Ele sentia falta do apoio de seus companheiros, mas nem por isso se deixou abater. Ele continuou confiante em seu caminho, e guiava da mesma maneira seus companheiros.

Para finalizar, mostrando como a atitude de Paulo foi importante, lembrem-se, irmãos e irmãs, das palavras de Emmanuel no livro “Ação e Caminho”:

Onde estejas e por onde passes, sempre que possível, deixa algum sinal de paz e luz para aqueles irmãos que estão vindo na retaguarda, a fim de que não se percam do rumo certo.


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Texto baseado no capítulo 119 do livro "Pão Nosso", de Emmanuel e Chico Xavier.
Palestra do dia 14 de dezembro de 2012 na Sociedade Espírita União Porto-Alegrense, realizada pela autora deste post.


domingo, 13 de janeiro de 2013

Mensagem Inédita de Chico Xavier, em "Espiritismo e Ecologia"

Em seu livro "Espiritismo e Ecologia", André Trigueiro publica pela primeira vez uma mensagem gravada por Clóvis TavaresA mensagem foi disponibilizada ao autor do livro pelo pesquisador e documentarista espírita Oceano Vieira de Melo, que obteve permissão da família de Clóvis Tavares para investigar as gravações contidas em 09 fitas de rolo gravadas nos anos 1950. Estima-se que tais mensagens tenham sido gravadas entre 1954 e 1956, cujo conteúdo era lido por Clóvis antes da prece inicial de suas palestras.

Clóvis Tavares foi o maior amigo de Chico Xavier, bem como seu biógrafo. Retratou de maneira emocionante a história da família de Chico Xavier nos livros Trinta anos com Chico Xavier e Amor e Sabedoria de Emmanuel (ambos da Editora IDE). O pesquisador tentou verificar onde tais mensagens haviam sido publicadas e, para sua surpresa, eram inéditas, pois não as encontrou em nenhum livro de Emmanuel ou no Reformador a partir de 1953.


Mas que mensagem é esta, então? Embora o título seja “Mensagem Inédita”, parece que seu conteúdo não nos é novidade. A mensagem trata da preservação do nosso planeta, de seus recursos naturais e de todos os seus habitantes. A mensagem enfatiza que tudo o que está à nossa volta nos serve de alguma maneira, e que tudo nos é oferecido na quantidade em que precisamos, no momento em que se faz necessário. Tudo neste planeta serve a um propósito: o solo, arado, serve à produção de subsistência que provém da terra; as sementes, plantadas, originam as florestas; até as pedras juntas formam o pavimento dos caminhos, as paredes das construções até obras primas como estátuas e jóias. Tudo é harmônico, e tudo está interligado.

Quem destoa desta harmonia é o homem que, ganancioso, quer ter cada vez mais riquezas acumuladas para sua satisfação pessoal, e não se importa com as necessidades de seus semelhantes. O homem desmata sem critério para construir verdadeiras obras gigantescas que servirão para o desfrute de poucos. Os excluídos são cada vez mais excluídos, e suas necessidades são ignoradas. O homem polui os rios e o ar, acaba com o ambiente e age como se não houvesse amanhã, como se não se importasse com as consequências de suas ações, pois a maioria acredita que “não estará vivo para colher os frutos de suas decisões”.

Contudo, a mensagem de Chico Xavier diz que devemos auxiliar a todos nesse planeta. Devemos servir ao nosso semelhante, ajudar a planta e socorrer o animal e, assim, por onde andemos sejamos sinônimo de auxílio, bondade, harmonia e entendimento. Portanto, quanto mais avançarmos em direção ao elevado, mais amor teremos à nossa volta, e esse é o tesouro que receberemos como recompensa dos nossos atos, e esse sim é o único tesouro que nos pertence de verdade: o amor que plantamos e colhemos por toda nossa existência.

Enquanto os ecologistas alertam para um possível esgotamento dos recursos naturais do nosso planeta, os espíritas recomendam que ajustemos nossa vibração à do planeta, que se encontra em fase de ascensão na escala dos mundos. O que isso quer dizer? Que se fizermos escolhas erradas, isso pode nos custar o impedimento da reencarnação nesse planeta, já que para o novo mundo de regeneração só virão espíritos com vibração compatível, mais elevados ética e moralmente.

Os ecologistas alertam para a poluição do ambiente, e os espíritas para a poluição dos pensamentos. Nenhum dos dois casos é saudável para os habitantes daqui. Ambos alertam, ainda, para os riscos do consumismo exagerado, relacionando com a capacidade de provimento do planeta. O consumo consciente favorece a vida, e o consumismo desenfreado só a degrada e destrói, e estamos fazendo isso a uma velocidade impressionante. Estima-se que hoje estejamos demandando, em recursos naturais não renováveis, a cada ano, 30% além da capacidade de produção do planeta.

No Livro dos Espíritos, há um capítulo inteiro dedicado à Lei da Conservação, onde a Espiritualidade Maior explica a diferença entre o necessário e o supérfluo (ver resposta à pergunta 705), e deixa bem claro que temos todos os recursos necessários para a nossa sobrevivência, mas isso é claro se soubéssemos viver com o que é necessário.

Espiritismo e ecologia possuem muitas afinidades, sem dúvida, e abrir espaço para este debate é trazer novas idéias e novas discussões sobre a preservação da vida no planeta. Hoje, vivemos uma crise ambiental sem precedentes, e somos responsáveis por isso. Nosso livre arbítrio nos trouxe até aqui. A boa notícia é que temos todos os recursos necessários para reverter a situação e transformar essa realidade em algo positivo.

Se queremos nos aprimorar ética e moralmente, devemos agir em favor da vida, da harmonia e do equilíbrio. Por sermos os seres mais evoluídos neste planeta, somos aqueles que têm as maiores responsabilidades também. Ser sustentável é tomar atitudes conscientes hoje sem comprometer as gerações futuras. É urgente que façamos algo para cuidar desse planeta que nos acolheu para o aprendizado, e o deixarmos em condições para que mais irmãos possam aproveitar esta oportunidade, inclusive nós mesmos em encarnações futuras.


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Texto baseado no capítulo "Mensagem Inédita" do livro "Espiritismo e Ecologia", de André Trigueiro (Editora da FEB, 2010).
Palestra do dia 11 de janeiro de 2013 na Sociedade Espírita União Porto-Alegrense, realizada pela autora deste post.