Abra a porta!

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele Comigo.”
Apocalipse 3.20

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Murmurações e modelos mentais


Representações internas, ou representações mentais, são maneiras de “re-presentar” internamente o mundo externo. As pessoas não captam o mundo exterior diretamente, elas constroem representações mentais (quer dizer, internas) dele.

Há um pesquisador chamado Johnsoh-Laird que sugere que as pessoas raciocinam com modelos mentais. Modelos mentais são como blocos de construção cognitivos (ou seja, de percepções) que podem ser combinados e recombinados conforme necessário. Como quaisquer outros modelos, eles representam o objeto ou situação em si.

Modelos mentais referem-se à maneira com que utilizamos nossos conhecimentos já adquiridos para tentar adivinhar ou prever o funcionamento de determinado artefato ou aspecto do mundo físico. Os modelos mentais são amplamente estudados, por exemplo, durante o processo de design de produtos interativos para compreender de que maneiras o homem entende, percebe, toma decisões e se comporta em frente a um ambiente ou tarefa.

Porém, em diversas situações, o indivíduo utiliza modelos mentais de maneira errônea. As pessoas usam modelos mentais baseados em uma teoria geral de válvulas. Ou seja, quanto mais pressionar um botão mais o efeito esperado ocorrerá. Isto é bastante comum com a operação de termostatos, ou de elevadores. Pressionar o botão do elevador diversas vezes ou com força não fará com que o elevador ande mais depressa, ou utilizar uma grande temperatura não fará com que um ambiente se esquente mais rápido.

Modelos mentais são modelos que as pessoas constroem para representar estados físicos (assim como estados de coisas abstratos). Esses modelos não precisam ser tecnicamente precisos (e geralmente não são), mas devem ser funcionais. Eles evoluem naturalmente. Interagindo com o sistema, a pessoa continuamente modifica seu modelo mental a fim de chegar a uma funcionalidade que lhe satisfaça. É claro que os modelos mentais de uma pessoa são limitados por fatores tais como seu conhecimento e sua experiência prévia com sistemas similares e pela própria estrutura do sistema de processamento de informação humano.

1. Construímos modelos mentais que representam aspectos significativos do nosso mundo físico e social, e manipulamos elementos desses modelos quando pensamos, planejamos e tentamos explicar eventos desse mundo.

2. Nossa visão do mundo é causalmente dependente tanto de como o mundo é como de como nós somos. Decorre daí uma óbvia, mas importante conclusão: "Todo nosso conhecimento sobre o mundo depende da nossa habilidade de construir modelos dele".

3. Modelos mentais são internos às mentes das pessoas. Eles são tácitos e não podem ser explorados diretamente. Podem, no entanto, ser investigados indiretamente via modelos conceituais com o quais as pessoas se comunicam com as outras verbalmente, simbolicamente ou pictoricamente (e/ou via modelos físicos, que são artefatos materiais).

Embora as pessoas não se comportem sempre de forma coerente com aquilo que dizem, as pessoas se comportam de forma coerente com seus modelos mentais.

Com isso, podemos entender melhor o capítulo 75 do livro "Pão Nosso", intitulado Murmurações. Quando Emmanuel fala que “nunca se viu contenda (ou seja, discussão) que não fosse precedida de murmurações inferiores” e cita que é hábito antigo de quem é imprudente procurar motivos para ingratidão, miséria moral, orgulho, vaidade e todas as demais doenças da alma, ele quer dizer que algumas pessoas estão acostumadas a procurar “briga”, discussão ou qualquer motivo para que possa reclamar da vida, das pessoas, do país, enfim... qualquer coisa que lhe dê motivos para reclamar, MURMURAR.

Sendo assim, Emmanuel nos adverte que é importante que estejamos sempre alertas para quaisquer manifestações nossas que nos levem para este caminho. Se encontramos este caminho muito facilmente e por qualquer razão, é porque precisamos reexaminar nossos pensamentos. Precisamos reexaminar nossos modelos mentais.

Mas como assim? É muito fácil que nós, diante de alguma adversidade, culpemos a vida, aos colegas de trabalho, aos familiares, a Deus, enfim... o difícil é enfrentarmos estas adversidades confiantes em Deus e certos de que é um aprendizado necessário para as nossas vidas. Dificilmente, fomos ensinados a lidar com as adversidades como forma de aprendizado. Com as mais simples, como rodar em uma prova ou perder uma condução para o trabalho, são “adversidades” relativamente fáceis de compreender. Logo pensamos “Deus quis assim”, e não nos estendemos nesta reclamação.

Contudo, quando aproveitamos para nos recordar de nossos entes queridos que já partiram deste planeta, sabemos que o aprendizado não é tão simples, assim. Levamos muitos anos até aceitarmos a situação a que a vida nos colocou – quando aceitamos. Em raras oportunidades, conseguimos alcançar a lição que nos foi dada. Aceitamos a situação, mas nem sempre refletimos da maneira que deveríamos.

Por isso, irmãos e irmãs, cuidemos dos nossos pensamentos, modifiquemos nossos modelos mentais e sigamos em frente com os ensinamentos do Mestre Jesus, que nos quer tanto bem. Se nossos modelos mentais transparecem a maneira como percebemos o mundo, então lembrem-se sempre:

O MUNDO MUDA QUANDO NÓS MUDAMOS.
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Texto baseado no capítulo 75 do livro "Pão Nosso", de Emmanuel e Chico Xavier.
Palestra do dia 04 de novembro de 2011 na Sociedade Espírita União Porto-Alegrense, realizada pela autora deste post.

sábado, 12 de maio de 2012

Pai Nosso - As respostas


Ciao personas!
 
Encontrei este texto por acaso e alegrou o meu dia, logo de manhã. Fiquei tão zen que preciso compartilhar!
Me perdoem o texto longo, mas para quem não conhece asseguro-vos que é uma leitura prazerosa.
 
VOCÊ: Pai nosso que estais no céu...
DEUS: Sim? Estou aqui...
VOCÊ: Por favor, não me interrompa, estou rezando!
DEUS: Mas você me chamou!
VOCÊ: Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou rezando.... Pai nosso que estais no céu...
DEUS: Ai, você fez de novo.
VOCÊ: Fiz o que?
DEUS: Me chamou! Você disse: Pai nosso que estais no céu. Estou aqui. Como é que posso ajudá-lo?
VOCÊ: Mas eu não quis dizer isso. É que estou rezando. Rezo o Pai Nosso todos os dias, me sinto bem rezando assim. É como se fosse um dever. E não me sinto bem até cumprí-lo...
DEUS: Mas como podes dizer Pai Nosso, sem lembrar que todos são seus irmãos, como podes dizer que estais no céu, se você não sabe que o céu é a paz, que o céu é amor a todos?
VOCÊ: É, realmente ainda não havia pensado nisso.
DEUS: Mas prossiga sua oração.
VOCÊ: Santificado seja o Vosso nome...
DEUS: Espera ai! O que você quer dizer com isso?
VOCÊ: Quero dizer... quer dizer, é... sei lá o que significa. Como é que vou saber? Faz parte da oração, só isso!
DEUS: Santificado significa digno de respeito, Santo, Sagrado.
VOCÊ: Agora entendi. Mas nunca havia pensado no sentido dessa palavra SANTIFICADO. "Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu..."
DEUS: Esta falando sério?
VOCÊ: Claro! Por que não?
DEUS: E o que você faz para que isso aconteça?
VOCÊ: O que faço? Nada! É que faz parte da oração, além disso seria bom que o Senhor tivesse um controle de tudo o que acontecesse no céu e na terra também.
DEUS: Tenho controle sobre você?
VOCÊ: Bem, eu freqüento a igreja!
DEUS: Não foi isso que Eu perguntei! Que tal o jeito que você trata os seus irmãos, a maneira com que você gasta o seu dinheiro, o muito tempo que você dá a televisão, as propagandas que você corre atrás e o pouco tempo que você dedica a Mim?
VOCÊ: Por favor. Pare de criticar!
DEUS: Desculpe. Pensei que você estava pedindo para que fosse feita a minha vontade. Se isso for acontecer tem que ser com aqueles que rezam, mas que aceitam a minha vontade, o frio, o sol, a chuva, a natureza, a comunidade.
VOCÊ: Esta certo, tens razão. Acho que nunca aceito a sua vontade, pois reclamo de tudo: se manda chuva, peço sol, se manda o sol reclamo do calor, se manda frio, continuo reclamando, se estou doente, peço saúde, mas não cuido dela, deixo de me alimentar ou como muito...
DEUS: Ótimo reconhecer tudo isso. Vamos trabalhar juntos Eu e Você, mas olha, vamos ter vitórias e derrotas. Eu estou gostando dessa nova atitude sua.
VOCÊ: Olha Senhor, preciso terminar agora. Esta oração está demorando muito mais do que costuma ser. Vou continuar: ... "o pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
DEUS: Pare ai! Você esta me pedindo pão material? Não só de pão vive o homem, mas também da minha palavra. Quando me pedires o pão, lembre-se daqueles que nem conhecem pão. Pode pedir-me o que quiser, desde que me veja como um Pai amoroso! Eu estou interessado na próxima parte de sua oração. Continue!
VOCÊ: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido..."
DEUS: E o seu irmão desprezado?
VOCÊ: Está vendo? Olhe Senhor, ele já criticou várias vezes e não era verdade o que dizia. Agora não consigo perdoar. Preciso me vingar.
DEUS: Mas, e a sua oração? O que quer dizer sua oração? Você me chamou, e eu estou aqui, quero que saias daqui transfigurado, estou gostando de você ser honesto. Mas não é bom carregar o peso da ira dentro de você, não acha?
VOCÊ: Acho que iria me sentir melhor se me vingasse!
DEUS: Não vai não! Vai se sentir pior. A vingança não é tão doce quanto parece. Pense na tristeza que me causaria, pense na sua tristeza agora. Eu posso mudar tudo para você. Basta você querer.
VOCÊ: Pode? Mas como?
DEUS: Perdoe seu irmão, Eu perdoarei você e te aliviarei.
VOCÊ: Mas Senhor, eu não posso perdoá-lo.
DEUS: Então não me peças perdão também!
VOCÊ: Mais uma vez está certo! Mais só quero vingar-me, quero a paz com o Senhor. Esta bem, esta bem, eu perdôo a todos, mas ajude-me Senhor. Mostre-me o caminho certo para mim e meus inimigos.
DEUS: Isto que você pede é maravilhoso, estou muito feliz com você. E você, como está se sentindo?
VOCÊ: Bem, muito bem mesmo! Para falar a verdade, nunca havia me sentido assim! É tão bom falar com Deus.
DEUS: Ainda não terminamos a oração. Prossiga...
VOCÊ: "E não deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal..."
DEUS: Ótimo, vou fazer justamente isso, mas não se ponha em situações onde possa ser tentado.
VOCÊ: O que quer dizer com isso?
DEUS: Deixe de andar na companhia de pessoas que o levam a participar de coisas sujas, intrigas, fofocas. Abandone a maldade, o ódio. Isso tudo vai levá-lo para o caminho errado. Não use tudo isso como saída de emergência!
VOCÊ: Não estou entendendo!
DEUS: Claro que entende! Você já fez isso comigo várias vezes. Entra no erro, depois corre a me pedir socorro.
VOCÊ: Estou com muita vergonha, Perdoe-me Senhor!
DEUS: Claro que perdôo! Sempre perdôo a quem esta disposto a perdoar também, mas não esqueça, quando me chamar, lembre-se de nossa conversa, medite cada palavra que fala! Termine sua oração.
VOCÊ: Terminar? Ah, sim, "AMÉM!"
DEUS: O que quer dizer AMÉM?
VOCÊ: Não sei. É o final da oração.
DEUS: Você só deve dizer AMÉM quando aceita dizer tudo o que eu quero, quando concorda com minha vontade, quando segue os meus mandamentos, porque AMÉM! quer dizer, ASSIM SEJA, concordo com tudo que rezei.
VOCÊ: Senhor, obrigado por ensinar-me esta oração e agora obrigado por fazer-me entendê-la.
DEUS: Eu amo cada um dos meus filhos, amo mais ainda aqueles que querem sair do erro, aqueles que querem ser livres do pecado. Abençôo-te e fica com minha paz!
VOCÊ: Obrigado Senhor! Estou muito feliz em saber que és meu amigo.

Autor: desconhecido

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tambores de Angola

Frater irmãos!

Quero compartilhar com todos uma leitura elucidativa e de suma importância para o tema Espiritismo e Umbanda, uma vez que há ainda confusão tanto entre seus praticantes quanto os demais irmãos não praticantes. Transcrevo aqui um trecho iluminador e convido a todos lerem esta obra psicografada por Robson Pinheiro, pelo espírito Angelo Inacio:

"  _ Mas poderia me esclarecer qual a verdadeira natureza e origem da Umbanda? Às vezes se é mal informado a respeito e confunde-se muito Umbanda com Espiritismo. A ignorância a respeito é generalizada.
  _ Pois bem Ângelo tentarei trazer um pouco de luz sobre o assunto, embora não pretenda esgota-lo.
  Desde que os negros foram tirados de sua terra, na África vieram para o Brasil com o rancor e o ódio em seus corações, pois muitos foram enganados pelo homem branco e feitos prisioneiros, escravos e feridos em sua dignidade, distantes da pátria e dos que amavam. Foram transcorrendo os anos de lutas e dores e o negro mantinha em seus costumes e na religião, a invocação das forças da natureza, as quais chamavam de orixás, espécies de deuses a quem cultuavam com todo o fervor de suas vidas. Aprenderam com o tempo a se vingar de seus senhores e déspotas, através de pactos com entidades perversas e com as magias negras, que outra coisa não era senão as energias magnéticas empregadas de forma equivocada. Dessa maneira o culto inicial aos orixás foi-se transformando em métodos de vingança, em pactos com entidades trevosas que assumiam o papel dessas forças da natureza ou orixás, disseminando o que se chamava de Candomblé que, na época era um disfarce para uma serie de atividades menos dignas no campo da magia.
  Com o tempo, foi-se formando uma atmosfera psíquica indesejável no campo áurico do Brasil, que havia sido destinado a ser a pátria do evangelho redivivo, onde estava sendo transplantada a árvore abençoada do Cristianismo pelas bases eternas do Espiritismo. A psicosfera criada no ambiente espiritual da nação foi de tal maneira violenta que entidades ligadas aos lugares de sofrimento nas senzalas encarnavam e desencarnavam conservando o ódio nos corações com exceção daquelas que entendiam o aspecto espiritual da vida. Assim a magia negra foi se espalhando em forma de culto pelas terras brasileiras. Do norte ao sul do país, as oferendas, os despachos ou os ebós eram oferecidos pelos pais-de-santo, pelos mestres do Catimbó ou de outros cultos que proliferavam a cada dia, criando uma crosta mental sobre os céus da nação.
  Nos planos etéreos da vida, reuniram-se então entidades de alta hierarquia com o objetivo de encontrar uma solução para desfazer a egrégora negativa que se formava na psicosfera do Brasil. A magia negra deveria ser combatida e seus efeitos destrutivos haveriam de ser desmanchados de maneira a transformar os próprios centros de atividades dos cultos degradantes em lugares que irradiassem o amor e a caridade, única forma de se modificar o panorama sombrio. Havia necessidade de que espíritos esclarecidos se manifestassem para realizar tal cometimento. E assim, foram se apresentando uma a uma, aquelas entidades iluminadas que haveriam de modificar suas formas perispirituais, assumindo a conformação de pretos velhos e caboclos e levariam a mensagem de caridade através da Umbanda cujo objetivo inicial seria o de desfazer a carga negativa que se abatia sobre os corações dos homens no Brasil. A Umbanda seria o elo de ligação com o Alto; penetraria aos poucos nos redutos de magia negra ou nos terreiros de Candomblé, os quais ainda se mantinham enganados quanto às leis de amor e caridade e iria transformando com as palavras de um preto velho ou as advertências do caboclo, os sentimentos das pessoas. E para isso meu amigo, era necessário que elevados companheiros da Vida Maior renunciassem a certos métodos de trabalho considerados mais elevados e se dedicassem às atividades que a Umbanda se propunha. A esses companheiros de elevada hierarquia espiritual juntaram-se espíritos de antigos escravos e índios que serviram por muito tempo nas fazendas e nos arraiais da Terra do Cruzeiro e em sua simplicidade e boa vontade, propuseram-se a trabalhar para demonstrar ao homem branco e civilizado as lições sagradas da Umbanda. Manifestavam-se aqui e acolá ensinando suas rezas, mandingas e beberagens, auxiliando a curar doenças e dando lições de amor e humildade. Na verdade, a Umbanda tem conseguido seu intento e aos poucos vão sumindo dos corações dos oprimidos o desejo de vingança, o ódio e o rancor. Os cultos afros em sua essência vão se transformando, auxiliando o progresso daqueles que sintonizam com tais expressões de religiosidade. A Umbanda está modificando o aspecto desses cultos de origem africana e transformando-os gradativamente numa religião mais espiritualizada.
  Na palavra de um caboclo ou de um preto velho, a lei de causa e efeito é ensinada por meio de Xangô que simboliza a justiça; a reencarnação torna-se mais compreensível às pessoas mais simples quando o preto fala de sua outra vida como escravo e da oportunidade de voltar a Terra em novo corpo, para ajudar seus filhos. A força das matas, das ervas, é ensinada na fala de Oxossi; o amor é personificado em Oxum e a força de transformação, a energia da vitalidade é apresentada nas palavras de Ogum.
  Mas há muito ainda que fazer, muito trabalho a realizar. Nossa explicação não esgota o assunto, mostra apenas um aspecto da Umbanda que guarda suas raízes em épocas muito distantes no tempo."

(...)

"_ E quanto a esses pais-de-santo e centros de Umbanda que se espalham pelo país, será que estão conscientes disso tudo?
  _ Não podemos esperar a mesma compreensão por parte de todos, meu filho – respondeu-me. _ Existe muita ignorância no meio e os próprios responsáveis pelos terreiros e pelas tendas umbandistas concorrem para que o povo tenha uma idéia errada da Umbanda. Em seus fundamentos, a Umbanda nada tem a ver com o Espiritismo, o que não é bem esclarecido nos meios umbandistas. Começa aí a confusão. Tomou-se emprestado o nome “espírita”, como se ele designasse todas as expressões de mediunismo e descaracterizou-se muito a Umbanda. Por outro lado, espíritos tem baixado ao mundo com a missão de esclarecer e de certa forma dar um corpo doutrinário à Umbanda, escrevendo livros sérios a respeito do assunto, os quais são ignorados por muitos adeptos. Aos poucos, a verdade irá se espalhando e quem sabe, num futuro próximo haveremos de ver abolidos os sacrifícios de animais, as oferendas e uma série de outras coisas que nada tem a ver com a Umbanda, mas com outras expressões de cultos de origem afro, os quais são respeitáveis mas diferem em seus objetivos da verdadeira Umbanda.
  Pais e mães-de-santo que vivem enganando as pessoas, ciganas e ledoras de sorte que cobram por seus “trabalhos”, não tem nenhuma relação com os objetivos elevados que os mentores da Umbanda programaram. São pessoas ignorantes das verdades eternas e responderão ao seu tempo por suas ações inescrupulosas.
  A caridade é lei universal e nós que trabalhamos nas searas umbandistas devemos ter nela o guia infalível de nossas atividades. Assim como nem todos os centros espíritas que dizem adotar a codificação de Allan Kardec são na realidade espíritas, também muitas tendas e terreiros não representam os conceitos sagrados da Umbanda. Acredito que Allan Kardec permanece ainda grandemente desconhecido entre aqueles que se dizem adeptos da doutrina espírita, como também você poderá notar que muitos umbandistas permanecem ignorantes das verdades e dos fundamentos de sua religião. Temos que trabalhar unidos pelo bem e esperar; o tempo haverá de corrigir todos os equívocos de nossas almas, através das experiências que vivenciarmos.
  _ Mas você acha meu irmão, que é possível o trabalho conjunto entre os espíritos espíritas e os umbandistas?
  _ Perfeitamente, Ângelo. A presença de vocês aqui é uma prova disso. Da mesma forma temos muitos dos nossos trabalhando nos centros Kardecistas, auxiliando aqui e ali nos trabalhos de cura e desobsessão. O fato de nós trabalharmos em conjunto não nos faz robôs, não pensamos de maneira idêntica. Guardamos a nossa opção intima e afinal – disse sorrindo – nisso está a verdadeira fraternidade que nos amemos uns aos outros e respeitemos as convicções pessoais, pois se os métodos de trabalho se multiplicam ao infinito, o Senhor da vinha permanece sendo um só, Jesus ou Oxalá.
  Abraçou-me o companheiro espiritual e saímos alegres para a tarefa que nos aguardava.  "
Trecho retirado do livro "Tambores de Angola" psicografado por Robson Pinheiro pelo espírito Angelo Inacio. Disponível para download no formato PDF no endereço http://www.espiritismogi.com.br/livrosd.htm 
Saravá!