Representações internas, ou representações
mentais, são maneiras de “re-presentar” internamente o mundo externo. As
pessoas não captam o mundo exterior diretamente, elas constroem representações
mentais (quer dizer, internas) dele.
Há um pesquisador chamado
Johnsoh-Laird que sugere que as pessoas raciocinam com modelos mentais. Modelos
mentais são como blocos de construção cognitivos (ou seja, de percepções) que
podem ser combinados e recombinados conforme necessário. Como quaisquer outros
modelos, eles representam o objeto ou situação em si.
Modelos mentais referem-se à
maneira com que utilizamos nossos conhecimentos já adquiridos para tentar
adivinhar ou prever o funcionamento de determinado artefato ou aspecto do mundo
físico. Os modelos mentais são amplamente estudados, por exemplo, durante o
processo de design de produtos interativos para compreender de que maneiras o
homem entende, percebe, toma decisões e se comporta em frente a um ambiente ou
tarefa.
Porém, em diversas situações, o
indivíduo utiliza modelos mentais de maneira errônea. As pessoas usam modelos
mentais baseados em uma teoria geral de válvulas. Ou seja, quanto mais
pressionar um botão mais o efeito esperado ocorrerá. Isto é bastante comum com
a operação de termostatos, ou de elevadores. Pressionar o botão do elevador
diversas vezes ou com força não fará com que o elevador ande mais depressa, ou
utilizar uma grande temperatura não fará com que um ambiente se esquente mais
rápido.
Modelos mentais são modelos
que as pessoas constroem para representar estados físicos (assim como estados
de coisas abstratos). Esses modelos não precisam ser tecnicamente precisos (e
geralmente não são), mas devem ser funcionais. Eles evoluem naturalmente.
Interagindo com o sistema, a pessoa continuamente modifica seu modelo mental a
fim de chegar a uma funcionalidade que lhe satisfaça. É claro que os modelos
mentais de uma pessoa são limitados por fatores tais como seu conhecimento e
sua experiência prévia com sistemas similares e pela própria estrutura do
sistema de processamento de informação humano.
1. Construímos modelos
mentais que representam aspectos significativos do nosso mundo físico e
social, e manipulamos elementos desses modelos quando pensamos, planejamos e
tentamos explicar eventos desse mundo.
2. Nossa visão do mundo é
causalmente dependente tanto de como o mundo é como de como nós somos. Decorre
daí uma óbvia, mas importante conclusão: "Todo
nosso conhecimento sobre o mundo depende da nossa habilidade de construir modelos
dele".
3. Modelos mentais são
internos às mentes das pessoas. Eles são tácitos e não podem ser explorados
diretamente. Podem, no entanto, ser investigados indiretamente via modelos
conceituais com o quais as pessoas se comunicam com as outras verbalmente,
simbolicamente ou pictoricamente (e/ou via modelos físicos, que são artefatos
materiais).
Embora as pessoas não se
comportem sempre de forma coerente com aquilo que dizem, as pessoas se comportam
de forma coerente com seus modelos mentais.
Com isso, podemos entender
melhor o capítulo 75 do livro "Pão Nosso", intitulado Murmurações. Quando Emmanuel fala que “nunca
se viu contenda (ou seja, discussão) que não fosse precedida de murmurações
inferiores” e cita que é hábito antigo de quem é imprudente procurar motivos
para ingratidão, miséria moral, orgulho, vaidade e todas as demais doenças da
alma, ele quer dizer que algumas pessoas estão acostumadas a procurar “briga”,
discussão ou qualquer motivo para que possa reclamar da vida, das pessoas, do
país, enfim... qualquer coisa que lhe dê motivos para reclamar, MURMURAR.
Sendo assim, Emmanuel nos
adverte que é importante que estejamos sempre alertas para quaisquer
manifestações nossas que nos levem para este caminho. Se encontramos este
caminho muito facilmente e por qualquer razão, é porque precisamos reexaminar
nossos pensamentos. Precisamos reexaminar nossos modelos mentais.
Mas como assim? É muito fácil
que nós, diante de alguma adversidade, culpemos a vida, aos colegas de
trabalho, aos familiares, a Deus, enfim... o difícil é enfrentarmos estas
adversidades confiantes em Deus e certos de que é um aprendizado necessário
para as nossas vidas. Dificilmente, fomos ensinados a lidar com as adversidades
como forma de aprendizado. Com as mais simples, como rodar em uma prova ou
perder uma condução para o trabalho, são “adversidades” relativamente fáceis de
compreender. Logo pensamos “Deus quis assim”, e não nos estendemos nesta
reclamação.
Contudo, quando aproveitamos para nos recordar de nossos
entes queridos que já partiram deste planeta, sabemos que o aprendizado não é
tão simples, assim. Levamos muitos anos até aceitarmos a situação a que a vida
nos colocou – quando aceitamos. Em raras oportunidades, conseguimos alcançar a lição
que nos foi dada. Aceitamos a situação, mas nem sempre refletimos da maneira
que deveríamos.
Por isso, irmãos e irmãs,
cuidemos dos nossos pensamentos, modifiquemos nossos modelos mentais e sigamos
em frente com os ensinamentos do Mestre Jesus, que nos quer tanto bem. Se
nossos modelos mentais transparecem a maneira como percebemos o mundo, então
lembrem-se sempre:
O MUNDO MUDA QUANDO NÓS MUDAMOS.
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Texto baseado no capítulo 75 do livro "Pão Nosso", de Emmanuel e Chico Xavier.
Palestra do dia 04 de novembro de 2011 na Sociedade Espírita União Porto-Alegrense, realizada pela autora deste post.
Um comentário:
Parabéns Flávia!!!
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